Pisos salariais superam inflação mas valores ainda são baixos, diz Dieese

Os pisos salariais negociados por diversas
categoriais profissionais em 2010 conseguiram, em grande maioria
(94%), superar a inflação do período, alguns com aumentos reais
significativos. Mas os valores ainda são muito baixos, constata o
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese), que nesta terça-feira (14) divulgou pesquisa com base em
660 pisos reajustados no ano passado.

“Cerca de um terço
dos pisos tinha valor menor ou igual a R$ 550,00 e metade não
ultrapassava o valor de R$ 600,00”, diz o Dieese. Na comparação
com o valor médio do salário mínimo necessário calculado pelo
instituto, apenas três pisos ficavam acima.

“Se, por um
lado, observa-se um quadro positivo de valorização dos pisos
salariais via aumentos reais, por outro é notável como ainda são
baixos os salários de entrada de boa parte dos trabalhadores
brasileiros. Considerando-se que a luta pela redistribuição da
renda e justiça social passa pela elevação dos patamares mínimos
salariais, continua a ser um desafio dos trabalhadores e de suas
entidades representativas manter a luta por melhores salários, em
especial dos pisos salariais e do próprio salário mínimo”,
aponta o Dieese.

Em 2010, o salário mínimo calculado pelo
Dieese variou de R$ 1.987,26 (janeiro) a R$ 2.257,52 (março). O
valor médio foi R$ 2.110,26.

Dos 660 pisos pesquisados, 619
(93,8%) superaram a variação do INPC (Índice Nacional de Preços
ao Consumidor), calculado pelo IBGE e normalmente usado como
parâmetro nas negociações salariais. Dezesseis (2,4%) foram
equivalentes ao INPC e 25 (3,8%) ficaram abaixo da inflação. Entre
os setores, 94,9% dos pisos da indústria superaram o INPC, ante
94,7% no comércio, 90,6% nos serviço
s e 100% na área
rural.

O maior reajuste de piso salarial em 2010 representou
ganho real de 34,3%, segundo o Dieese. O menor teve perda real de
8,6%. Ambos foram no setor industrial.

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Sandra Trajano  Jornalista ResponsávelBeatriz Albuquerque • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer Bruno Lombardi