Os bancários da Caixa
estão preocupados com a nova orientação do banco que restringe as
horas extras nas agências. Segundo a Circular Interna da Caixa,
divulgada no início do mês, as unidades devem reduzir em cerca de
30% a dotação de horas extras dos trabalhadores.
O
Sindicato está discutindo o assunto com o banco, já que esta nova
orientação pode incentivar fraudes no sistema de ponto eletrônico.
“Além disso, já recebemos reclamações de bancários que foram
dispensados pelo gerente no meio do expediente para compensar as
horas extras. Isso não pode ocorrer, pois o empregado já está com
o dia comprometido com o trabalho e não aproveita a folga que teria
direito e nem recebe pelas horas extras”, explica a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello.
A dirigente esclarece que o
Sindicato não tem nenhum acordo de banco de horas com a Caixa.
“Nosso acordo aditivo com o banco prevê o pagamento das horas
excepcionais com adicional de 50% sobre o valor da hora normal. No
mínimo a metade dessas horas extras tem de ser pagas pela Caixa. O
restante pode ser compensado dentro do mês e, caso isso não ocorra,
o banco tem de pagar os valores aos empregados. É o que prevê a
cláusula 4ª do acordo”, destaca Jaqueline.
Negociação –
Na última rodada da mesa de negociação permanente, no dia 31 de
maio, o Sindicato cobrou da Caixa uma solução para os problemas do
ponto eletrônico. “A questão é que os bancários estão
trabalhando sobrecarregados e essa circular só vai piorar a situação
por conta da pressão e de possíveis fraudes. É por isso queremos o
login único, evitando que o bancário passe o seu cartão de ponto e
continue trabalhando com o login do gestor. Também queremos uma
solução para o problema das horas negativas”, diz Jaqueline.
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sobre a última rodada de negociação
Enquanto a Caixa não
atende as reivindicações dos empregados, o Sindicato orienta aos
bancários que registrem toda e qualquer hora extra trabalhada. “Só
assim é possível cobrar o pagamento do banco e soluções para o
excesso de trabalho. Por isso, não aceite intimidações e pressões
dos gestores para não registrar as horas extras”, ressalta
Jaqueline.