Até o ano de 2002,
a Amazônia Legal brasileira perdeu 2,6 bilhões de árvores para o
desmatamento. Ou seja, até aquele ano, 15,3% da vegetação já
havia sido desmatada na região. Isso foi o que revelou o documento
“Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal”,
divulgado hoje (1°) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
De acordo
com a publicação, o desmatamento na região aumentou nas últimas
quatro décadas, concentrando-se, principalmente, nas áreas sul e
leste da Amazônia Legal, também chamadas de arco do desmatamento. O
estudo aponta que, até 2002, o desmatamento foi responsável pela
perda de 23 bilhões de toneladas de matéria orgânica vegetal e 6,6
bilhões de toneladas de carbono. Em volume, a região perdeu 4,7
bilhões de metros cúbicos de madeira para o desmatamento.
O IBGE
também ressalta a alteração da cobertura da terra por conta da
ação do homem. Segundo a publicação, cerca de 15% da vegetação
primária da Amazônia Legal foi modificada pela interferência
humana. Destaque para a retirada da vegetação para a formação de
pastos.
“A
antropização nesta região tem ocorrido, predominantemente, pela
substituição da cobertura natural por pastos para pecuária
extensiva, com a extração prévia das madeiras de lei. […] Apesar
de todos os esforços no intuito de controlar estes impactos e o
avanço do desmatamento, em tentativas de implementar o uso racional
sustentável do solo, o que se vê é a fragmentação da floresta
com todas as suas consequências social e ambiental”, apresenta o
documento.
De acordo
com ele, 51,7% da vegetação modificada pelo homem na área da
Amazônia Legal brasileira é destinada à pecuária, 32,1% apresenta
vegetação secundária (plantas que surgem após o abandono do
terreno utilizado pelo homem), e 15,2% corresponde à vegetação
utilizada para agricultura, principalmente para monocultivos.
“O
predomínio da pecuária, em grande parte de baixa produtividade
(extensiva), e da vegetação secundária no conjunto das áreas
antrópicas indica forte subutilização das terras já desmatadas. O
fato de, em 2002, quase um terço das áreas antropizadas estarem
abandonadas e ocupadas por vegetação secundária é um alerta para
a necessidade de repensar os modelos de ocupação da região”,
constata.
Além da
vegetação e da cobertura da terra, o estudo do IBGE ainda apresenta
questões referentes ao revelo, aos solos, às rochas e aos recursos
minerais da região. A Amazônia Legal ocupa aproximadamente 59% do
território brasileiro e abriga todo o bioma Amazônia, além de 20%
do cerrado. Segundo o Censo 2010, 24 milhões de pessoas vivem na
região.
Para ler
o documento na íntegra, acesse:
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/diagnosticos_levantamentos/amazonia_legal/amazonia_legal.pdf