A história dos empregados da Caixa Econômica Federal se confunde com a
história da Fenae. Essa constatação foi bastante lembrada na cerimônia
da festa em comemoração ao aniversário de 40 anos da Federação Nacional
das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), realizada na noite de
terça-feira, dia 31 de maio, na sede social da Apcef/DF, em Brasília. A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, representou os bancários de Pernambuco no evento.
Na ocasião, os discursos proferidos não deixaram margem para dúvidas: as
quatro décadas de materialização do ideal de servir ao bem-estar dos
trabalhadores da Caixa em atividade, aposentados e pensionistas,
completadas em 29 de maio (último domingo), têm por alicerce uma bela
história de lutas e conquistas, feita, contada e mantida viva por
sucessivas gestões e gerações. A Fenae foi fundada em 29 de maio de
1971, em Curitiba (PR), por ocasião do 6º Congresso Nacional das
Associações Estaduais
A mesa das festividades foi composta por Áureo Júnior (presidente do
Conselho Deliberativo Nacional/CDN), Carlos Cordeiro (presidente da
Contraf/CUT), Pedro Eugenio Leite (presidente reeleito da Fenae – gestão
2008/2014) e quatro ex-presidentes da Fenae: José Gabrielense Gomes
Duarte (aposentado – gestão 1982/1986)), Sérgio Nunes da Silva
(aposentado – gestão 1986/1993), Carlos Alberto Caser (gestão 1993/1999 –
atual presidente da Funcef), Carlos Augusto Borges (gestão 1999/2003 –
diretor de Participações Imobiliárias da Funcef) e José Carlos Alonso
(gestão 2003/2008 – diretor eleito de Benefícios da Funcef). O primeiro
presidente da Fenae, Arthur Ferreira de Souza Filho (in memorian –
gestão 1971/1983), foi lembrado por todos como um dos principais
protagonistas das lutas e conquistas dessas quatro décadas.
A cerimônia também foi prestigiada pelos presidentes de todas as 27
Apcefs federadas do país, contando ainda com a presença de lideranças de
outras entidades associativas e sindicais, empregados e gestores do
Grupo PAR, da Caixa, da Funcef e da Caixa Seguros, além de lideranças
políticas e sociais. Entre os parlamentares presentes, destaca-se o
senador Wellington Dias (PT/PI), que também é empregado da Caixa.
As festividades pelos 40 anos foram iniciadas pelo ato de lançamento de
dois produtos filatélicos, o selo postal personalizado e o carimbo
comemorativo, conduzido por uma equipe da Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos (ECT). Esse ato, oficialmente, foi aberto pelo chefe de
gabinete da presidência da ECT, Adeilson Ribeiro Telles. Em seu rápido
pronunciamento, Telles falou que a Fenae é uma entidade marcada pela
capacidade de ser heterogênea e pelo respeito à diversidade. Ele, na
ocasião, entregou a Pedro Eugenio o selo postal personalizado e uma
réplica do carimbo comemorativo.
No caso do selo postal, ajustado à identidade visual criada para as
comemorações do aniversário da Fenae, composto pela marca dos 40 anos
com a frase “União, lutas e conquistas”, e por uma gravura exclusiva dos
Correios em forma de bandeira nacional sobreposta a uma árvore de Ipê, a
Fenae e as Apcefs passarão a usá-lo para o franqueamento de
correspondências.
Em seguida houve a exibição de um vídeo que conta a história da Fenae. A
emoção tomou conta de muitos dos presentes à festa dos 40 anos,
permeada por lembranças de momentos marcantes vividos nessas quatro
décadas.
Os pronunciamentos foram abertos pelo presidente do CDN, Áureo Júnior.
Ele aproveitou a ocasião para cumprimentar os protagonistas da festa: os
dirigentes e empregados da Fenae, os empregados e aposentados da Caixa,
os presidentes das Apcefs, os dirigentes sindicais e os parlamentares. E
destacou: “Comemoramos uma história belíssima, com grandes realizações.
A Fenae é exemplo para todo o conjunto do movimento sindical brasileiro
e para a sociedade, atuando como trincheira segura não só para os
empregados da Caixa, mas também para outros trabalhadores do país”.
Carlos Cordeiro, presidente da Contraf/CUT, lembrou que a história da
Fenae se confunde com a história da organização da categoria bancária.
Disse ainda não ter dúvida de que as sucessivas gestões da Fenae
trabalharam e continuam trabalhando para consolidar a unidade na luta de
todos os bancários.
José Gabrielense Gomes iniciou seu discurso lembrando de Arthur Ferreira
de Souza (primeiro presidente da Fenae), ressaltando que a luta pelas
6h teve início na gestão dele. Agradeceu a Pedro Eugenio, atual
presidente, pela feliz ideia de realizar o evento dos 40 anos com todos
os ex-presidentes da entidade. “Estamos precisando intensificar ainda
mais as nossas lutas, para muitas e novas conquistas”, observou.
Para Sérgio Nunes, “uma história de 40 anos é construída com o alicerce
que é o apoio dos empregados da Caixa. Igualmente relevantes são o
compromisso de luta da Fenae e a busca permanente pela unidade dos
trabalhadores bancários”. Ele lembrou das muitas realizações dos últimos
anos, como a parceria Fenae/movimento sindical bancário e atividades
esportivas e culturais, como resultado direto da história de lutas dos
empregados da Caixa.
O atual presidente da Funcef, Carlos Caser, enalteceu a celebração dos
40 anos de muito sucesso e de muitas conquistas da Fenae. “Foram muitas e
estão entranhadas na nossa pele e na nossa alma. Houve muitas batalhas
para que essas conquistas se materializassem. Isso é fruto de horas de
reuniões e de horas de conversas”. Por essas realizações, ele também
parabenizou os empregados da Caixa e da Fenae.
Segundo Carlos Borges, a história da Caixa como empresa pública
imprescindível à sociedade brasileira deve muito à Fenae, Exemplo disso,
de acordo com ele, foi a luta pelas 6h e pelo direito à sindicalização.
E destacou: “Se hoje chegamos até onde estamos, isto se deve à luta
empreendida pela Fenae, uma entidade construída por cada empregado da
Caixa. Que nunca percamos esse élan da história. Temos que ter um lado. O
da Fenae deve ser a defesa dos interesses dos trabalhadores”.
José Carlos Alonso lembrou que um banco como a Caixa merece um movimento
associativo sólido e forte, representado pela Fenae e pelas Apcefs. Ele
observou que todas as conquistas foram obtidas com muita luta, dor e
sofrimento, mas também com muita parceria, como a que foi construída com
a Fenacef e associações de aposentados. Alonso homenageou os milhares
de militantes anônimos, que enfrentaram e continuam enfrentando pressões
de todos os lados, abrilhantando a nossa luta.
Em seu pronunciamento, Pedro Eugenio deixou claro que a festa dos 40
anos é uma homenagem da atual Diretoria da Fenae a todos que ajudaram a
construir esta entidade. Ele agradeceu aos empregados da Fenae, “que tem
tudo a ver com o que está acontecendo hoje”, e também às 27 Apcefs
federadas, “a Fenae não existiria sem essas associações”, e ainda à
velha guarda dos empregados da Caixa, “foram eles que construíram o
alicerce do que a Fenae é hoje”. Outro agradecimento foi direcionado ao
movimento sindical bancário, “que muito ajudou os empregados da Caixa a
se tornarem bancários”.
Na festa dos 40 anos, Pedro Eugenio lembrou os diversos fios condutores
das realizações dessas quatro décadas. Uma das épocas lembradas foi a do
governo Collor, que demitiu 2.700 bancários na Caixa, quando completava
100 dias de governo, em 1990. Depois, segundo ele, ocorreu a demissão
de 110 empregados, motivada pela forte greve em 1991. Esse movimento
conquistou, ainda no governo Collor, a readmissão de todos esses
trabalhadores. “Nessa época, escrevemos um dos capítulos mais bonitos da
história dos trabalhadores. Isto porque foram os empregados da Caixa
que se cotizaram, organizados pela Fenae, para pagar por um ano os
salários dos 110 bancários demitidos, até a readmissão”.
Pedro destacou ainda a luta para recuperar a Fenae como ferramenta a
serviço do bem-estar do pessoal da Caixa, levada adiante durante o
nefasto período do governo FHC. Para ele, a criação da PAR foi resultado
de uma visão estratégica, frisando ainda que a gestão que ora se
inicia, cuja posse ocorreu em 3 de maio deste ano, muito agradece a
todas as outras do passado. E concluiu: “É a nossa história, com
vitórias e derrotas, com choros e alegrias. É a história de 40 anos da
Fenae, construída por cada um de nós. Que venham os próximos 50 ou 60
anos”.
A festa dos 40 anos da Fenae foi encerrada com um show-baile da Banda
Young, que apresentou um repertório de sucessos dos anos 60, 70, 80 e
90. O público apreciou o espetáculo apresentado no palco, dançando sem
parar até as primeiras horas da madrugada.