Contraf-CUT questiona PF sobre legalidade da parceria entre Febraban e PM

A Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de São
Paulo, Osasco e Região enviaram, nesta terça-feira (31), um
documento à Coordenação Geral de Controle de Segurança Privada da
Polícia Federal, em Brasília, solicitando um parecer sobre a
legalidade da parceria entre a Febraban e a Polícia Militar de São
Paulo que prevê ronda nas agências e áreas de estacionamento dos
bancos, confundindo segurança pública e privada. A carta foi
assinada por Carlos Cordeiro e Juvandia Moreira, que presidem as duas
entidades.

Os bancários, que integram a Comissão Consultiva
para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), requereram um
posicionamento da Polícia Federal, órgão responsável por exercer
o controle e a fiscalização das atividades da segurança privada
nos bancos. Para as entidades, o modelo da operação Saque Seguro,
iniciada no dia 25 de maio, na capital paulista, sob o pretexto de
enfrentar o crime da “saidinha de banco”, acaba
transferindo parte da segurança das instituições financeiras para
a segurança pública.

Na carta, as entidades denunciam que
isso contraria a lei federal nº 7.102/83, que prevê que a segurança
nos estabelecimentos bancários deve ser feita por empresas privadas
e especializadas. “Os bancos podem pagar pela própria
segurança. Só em 2010, as instituições financeiras somaram lucro
líquido de R$ 43 bilhões. Eles não precisam retirar efetivos das
ruas para cuidar das agências e postos de atendimento bancário”,
aponta o documento.

“Defendemos que os bancos se
responsabilizem pela segurança dos clientes durante todo o horário
de atendimento, não apenas no interior das agências e postos, mas
também nas áreas de autoatendimento. A Contraf-CUT e o Sindicato
cobram dos bancos a presença de segurança ostensiva privada e
armada dentro do espaço dos caixas eletrônicos de agências, no
período das 6h às 22h. O objetivo é proteger clientes e
funcionários”, propõe a carta.

“Já nas áreas não
bancárias, como supermercados, postos de combustíveis, farmácias e
shoppings, a sugestão é que banco se responsabilize pelo espaço
onde os caixas eletrônicos estão instalados”, propõem as
entidades.

Em Pernambuco – Aqui no Estado de
Pernambuco, esta parceria da PM com os bancos já foi comum em outras
épocas. Hoje, ela não ocorre mais, mas o Sindicato está atento
para evitar que o problema seja reeditado. “Estamos de olho, pois
não queremos mais que esta época volte. O Sindicato também é
solidário aos bancários de São Paulo, que hoje vivem o mesmo
problema que conseguimos superar com muita luta”, diz o diretor do
Sindicato, João Rufino.

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