Devido ao baixo
valor da aposentadoria, muitos brasileiros optam por continuar
trabalhando após receber o benefício. Dados da Previdência de 2007
mostram que a idade média na concessão da aposentadoria por tempo
de contribuição é de 54,3 anos, no caso dos homens, e 51,4 anos,
no caso das mulheres.
Há, no país, 15,76 milhões de
aposentados, aponta a Previdência. O IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) calcula – dados de 2009 -que 5,1 milhões
de aposentados estão na ativa.
Hoje, um em cada três
aposentados continua na ativa e recebendo um benefício médio de R$
977,55, considerando apenas os dos centros urbanos, segundo o
Ministério da Previdência Social.
Corte – Quem pede o
benefício muito cedo sofre um corte brusco no valor a ser recebido
devido ao fator previdenciário. Aos 51 (mulher) e 54 (homem) anos de
idade, o benefício não chega a 70% da média salarial do
trabalhador, que por sua vez é limitada ao teto de R$
3.689,66.
Porém, mesmo quem sempre contribuiu pelo valor
máximo permitido pelas regras atuais não terá essa média
salarial, mas de R$ 3.369,77, segundo a Conde Consultoria Atuarial,
devido à correção monetária aplicada.
“Trabalhadores
de todas as faixas de renda têm dificuldade em entender o cálculo
da aposentadoria e só descobrem o valor baixo que irão receber na
hora da concessão”, diz a advogada previdenciária Marta
Gueller, do escritório Gueller e Portanova Sociedade de
Advogados.
Se um homem que sempre contribuiu pelo teto se
aposentar aos 55 anos de idade e 35 de contribuição, terá um
benefício de R$ 2.425,52.
Investimento – Aplicado na
poupança, em sete anos esse dinheiro poderá acumular R$ 261.688,
aponta William Eid Junior, professor do Centro de Estudos em Finanças
da Fundação Getulio Vargas.
O rendimento mensal desse valor
é de R$ 863,57. Se optar por poupar o dinheiro da aposentadoria por
dez anos, o rendimento, após esse período, será de R$
1.383,34.
“A aplicação em renda fixa é melhor para
quem não pode correr riscos. E como o investimento mensal é
pequeno, o CDB pode não valer a pena, porque essa aplicação tem
desconto do Imposto de Renda, ao contrário da poupança”, diz o
professor.
Para quem não vai depender desse dinheiro no
futuro e não tem receio de procurar rendimentos maiores, outras
aplicações, como a Bolsa de Valores, podem valer a pena.
Como
a aposentadoria permite o saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço), esse dinheiro pode ser usado para engordar essa
aplicação.
Outra opção é investir em imóveis, como fez o
técnico em eletrônica Laercio Ramos de Andrade, 61. Quando pediu a
aposentadoria, em 1994, aproveitou o dinheiro do Fundo de Garantia
para comprar um terreno. “Como continuei trabalhando, usei o
dinheiro da aposentadoria para construir duas casas no terreno”,
afirma.
Os imóveis ficaram prontos em 1998. “Hoje os
aluguéis ajudam para complementar a renda”, diz.