Os bancários de
Pernambuco aprovaram nesta sexta-feira, dia 27, por unanimidade, a
criação da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do
Nordeste (Fetrafi-NE). Em assembleia realizada na sede do Sindicato,
os trabalhadores aprovaram três pontos que estavam em pauta: a
participação do Sindicato no Conselho de Fundadores da Federação;
a escolha de representantes de Pernambuco no Conselho; e a aprovação
da filiação do Sindicato à Fetrafi-NE.
Para a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello, a criação da Fetrafi-NE é um grande
passo dos bancários para unificar a luta com todos os trabalhadores
do ramo financeiro. “Nas últimas décadas, os bancos segmentaram
seus trabalhadores, criando diversas categorias, como os
financiários, promotores de vendas, securitários, especialistas em
tecnologia da informação, entre outras. Esta divisão enfraquece a
luta dos bancários e deixa grande parte dos funcionários de fora da
nossa categoria, com direitos e salários menores. Com a criação da
Fetrafi, vamos unificar a luta entre os trabalhadores do ramo
financeiro para que todas as pessoas que prestam serviço para os
bancos possam ter as mesmas conquistas”, diz.
Jaqueline
explica que a criação da Fetrafi-NE é a última etapa da adaptação
do movimento sindical bancário visando representar todos os
trabalhadores do ramo financeiro. A mudança estrutural começou em
janeiro de 2006, com a criação da Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT).
“O
Sindicato dos Bancários de Pernambuco foi um dos primeiros do país
a se adaptar a esta nova realidade e mudou seu nome para Sindicato
dos Empregados em Estabelecimentos de Crédito. Agora, os
trabalhadores do sistema financeiro do Nordeste se uniram para fundar
uma nova federação, a Fetrafi, que passa a ser a nossa segunda
instância de representação”, conta Jaqueline.
Um pouco de história –
Nos anos de 1980, a categoria bancária era formada por mais de 1
milhão de trabalhadores no Brasil. Hoje, o número de bancários
gira em torno dos 465 mil, por conta da segmentação que os bancos
fizeram no seu quadro de funcionários, criando diversas categorias.
Todos esses trabalhadores, embora continuem prestando serviço para
os bancos, ficaram à margem da Convenção Coletiva Nacional dos
Bancários.
Com muito menos direitos, esses empregados
ficaram sem representatividade sindical e, separados, não só perdem
o poder de pressão contra os bancos, mas também enfraquecem a
categoria bancária, que acabou reduzida pela metade.