CUT quer mobilização para uma reforma tributária que acabe com injustiças

O presidente da CUT Artur Henrique participou na
terça-feira (17) da conferência do ciclo que debate o tema
“Equidade do Sistema Tributário”, na Câmara dos
Deputados, em Brasília. Para ele, a estrutura tributária brasileira
é complexa, injusta e regressiva, e representa um entrave para o
desenvolvimento econômico e social do país.

“No Brasil,
os trabalhadores que recebem até dois salários mínimos têm uma
carga tributária de 48%. Já quem ganha mais de 30 salários
mínimos, paga 26% de impostos”, disse Artur Henrique.

E
quando se fala em reforma tributária, o ponto mais debatido pela
imprensa é a desoneração da folha que, segundo muitos, gera
emprego. A reforma tributária envolve muito mais que isso, disse o
presidente da CUT. “Em primeiro lugar, é mentira que a
desoneração da folha por si só gera emprego. A gente já assistiu
a esse filme na década de 90. O que gera emprego é crescimento
econômico,” afirmou Artur.

Por isso, a CUT defende a
progressividade do imposto de renda, ou seja, quem ganha mais, paga
mais; a elevação do peso dos tributos diretos sobre renda e
patrimônio; a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas e
heranças – que atingirá apenas quem acumular mais de R$ 2,5 milhões
de patrimônio; a desoneração da cesta básica e a oneração da
especulação financeira; e, se for feita, a desoneração da folha
acompanhada de contrapartidas que garantam o financiamento da
seguridade social e a garantia de geração de emprego.

“Para
cada ponto percentual de desoneração, a empresa tem de gerar um
determinado número, proporcional, de emprego,” disse o
presidente da CUT.

Segundo Artur Henrique, é preciso, ainda,
incentivar investimentos produtivos que geram emprego e renda,
garantir recursos para a seguridade social, combater as fraudes e a
sonegação, e alterar a tabela de imposto de renda para contemplar a
progressividade.

“Para nós, só debater desoneração da
folha não resolve os problemas centrais da estrutura tributária
absolutamente injusta e regressiva. Estamos prontos para discutir e
fazer mobilizações para implantar uma redução da carga tributária
brasileira. E para contribuir com a redução dos impostos, queremos
acabar com o imposto sindical, que é pago uma vez por ano por todos
os trabalhadores”, concluiu Artur Henrique.

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