Trabalhadores rurais de todo o Brasil se reúnem
nesta terça-feira (17), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília,
para as manifestações do Grito da Terra Brasil 2011, organizado
pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
(Contag). A expectativa é que o protesto reúna 600 mil
trabalhadores rurais. “O nosso objetivo é negociar com o
governo federal políticas públicas para o campo”, explica o
presidente da Contag, Alberto Broch.
As atividades terão
início às 14h30, em frente ao Congresso Nacional, quando os
trabalhadores pedirão mudanças no Código Florestal. “Defendemos
a alteração do código e queremos que seja tratada a especificidade
da agricultura familiar, para que os pequenos agricultores não sejam
criminalizados”, afirmou Broch.
Para Broch, é possível
combinar a produção de alimentos com a preservação ambiental. No
entanto, para isso, é preciso diferenciação na legislação. “Não
podemos tratar o pequeno agricultor igual ao grande produtor. Na
verdade, a agricultura familiar preserva, e isso deve ser levado em
consideração”, disse.
A partir das 16h, os agricultores
se concentram em frente ao Ministério da Fazenda para reivindicar o
desbloqueio de recursos públicos fundamentais para a agricultura
familiar.
Este ano, a Contag pede o aporte de R$ 26 bilhões
do governo federal para o assentamento de 20 mil famílias. “Temos
um contingente muito grande de acampados em todo o Brasil e falta
reforma agrária”, disse Broch.
Para o presidente da
Contag, a intenção do governo de acabar com a extrema miséria deve
ter início por ações na área rural. “Essa questão [extrema
miséria] é mais recorrente no campo principalmente porque grande
parte das pessoas que está na área rural não tem acesso à terra.
Por isso, a reforma agrária é fundamental para o desenvolvimento
econômico do país e a diminuição da desigualdade social”,
afirmou.
Nesta quarta-feira (18), pela manhã, os protestos
serão feitos em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA) onde os trabalhadores cobrarão avanços nas políticas de
reforma agrária e de combate à pobreza.
Ainda na
quarta-feira, está prevista uma audiência entre a presidenta Dilma
Rousseff e a direção da Contag, às 15h, no Palácio do Planalto. A
Contag espera receber do governo as respostas às reivindicações
dos trabalhadores rurais entregues em um documento no dia 1º de
abril deste ano.