No melhor cenário projetado por sindicalistas,
apenas três grandes categorias de trabalhadores – bancários,
petroleiros e metalúrgicos de montadoras – devem injetar na economia
neste ano e no início de 2012 pelo menos R$ 6 bilhões a título de
Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
O valor é
calculado tendo como base o crescimento de 30% no lucro dos seis
maiores bancos em 2010 (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco,
Caixa, Santander e HSBC), o resultado de R$ 35,189 bilhões da
Petrobrás e acordos com montadoras.
Em 2010, segundo o
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, o setor bancário injetou na
economia R$ 3,5 bilhões em PLR. Extrapolando o porcentual de
crescimento do lucro das maiores instituições para todo o setor, os
bancários poderão receber agora até R$ 4,55 bilhões. No último
fim de semana de julho, a categoria vai se reunir em São Paulo para
discutir a pauta de reivindicações que será entregue à Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban) em agosto.
Os petroleiros,
segundo o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP),
João Moraes, despejaram R$ 1,15 bilhão na economia em 2010. Para
este ano, ele estima algo próximo a R$ 1,35 bilhão.
A FUP
iniciará negociações em setembro e seus dirigentes estão
otimistas. Os petroleiros, de acordo com a entidade, são a única
categoria que conseguiu garantir a negociação da PLR
separadamente.
Entre as montadoras, duas já fecharam acordo –
Volvo e Renault, ambas do Paraná. A Volvo vai pagar R$ 15 mil a cada
funcionário: R$ 7 mil em junho e R$ 8 mil em fevereiro, em um total
de R$ 48 milhões. A Renault se comprometeu a distribuir R$ 64
milhões, metade em junho e o restante em fevereiro. Os dois PLR
somam R$ 112 milhões.
Os R$ 6 bilhões previstos para as três
categorias, como indicam os acordos das duas montadoras, não devem
ser distribuídos integralmente este ano, pois a legislação não
permite o pagamento de duas parcelas de PLR no mesmo
semestre.
Especialistas avaliam que, isoladamente, esses
números têm pouca força para influir nos índices de preços.
Apesar dos ganhos individuais no âmbito global, eles têm pouco
impacto em um universo em que a massa de rendimentos efetiva, que
envolve salários e abonos, chega a R$ 1,75 trilhão – ou 47,6% do
Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 3,675 trilhões no ano passado.