Contraf-CUT contesta plano do HSBC de cortar US$ 3,5 bilhões em custos

O novo presidente do HSBC vai cortar gastos na
divisão de varejo do banco e poderá vender o braço de cartões de
crédito nos Estados Unidos, em uma tentativa de fazer o grupo
financeiro reduzir US$ 3,5 bilhões
em custos e retomar a lucratividade. A informação foi divulgada
nesta quarta-feira, dia 11, pela agência de notícias Reuters.

O
HSBC tem operações em 87 mercados, 95 milhões de clientes e 300
mil funcionários.

“Esperamos que esse corte de custos
não atinja as agências no Brasil, uma vez que constatamos a
escassez de funcionários, uma série de terceirizações
implementadas e exigência de cumprimento de metas que vão além da
capacidade dos trabalhadores”, afirma o funcionário do HSBC e
secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT,
Miguel Pereira. “Não é à toa o alto número de funcionários
que vêm pedindo dispensa em razão da condições precárias de
trabalho e dos baixos salários do banco. Por isso, não vemos
possibilidades de apertar ainda mais o cinto no Brasil”, alerta
o dirigente sindical.

Novas estratégias do banco inglês –
Segundo a Reuters, na área de
varejo, o banco vai se concentrar em mercados principais, c
omo
Hong Kong e Inglaterra, mercados de alto crescimento como México,
Cingapura, Turquia e Brasil e em países menores onde o grupo tem
forte presença.

A instituição vai sair das atividades de
banco de varejo na Rússia e rever as atividades de suas 475 agências
nos Estados Unidos e da divisão de cartões de crédito no país.

O maior banco da Europa enfrenta necessidade urgente de
reformulação uma vez que mais de dois quintos de seus negócios não
estão entregando seu custo de capital, afirmou o
presidente-executivo, Stuart Gulliver.

O recuo em relação a
serviços de varejo em alguns países e economias que vão desde
cortes de custos com tecnologia e redução de burocracia são
medidas que vão ajudar a reduzir custos como parcela de receitas de
61% no primeiro trimestre para entre 48% e 52% até 2013.

Muitos
bancos, incluindo o HSBC, têm visto este indicador subir
acentuadamente, parcialmente por causa de disputa por equipes em
mercados de rápido crescimento na Ásia.

Em comparação, o
rival Standard Chartered apresentou uma relação custo/receita de
56% no ano passado, mas outras instituições fizeram mais para
manter os custos abaixo dos 50%, como o Santander, que obteve índice
de 43% no ano passado.

“Nós claramente temos um
problema de custo”, disse Gulliver em apresentação de seu
plano estratégico, nesta quarta-feira.

“Adicionamos US$
3 bilhões em custos ao longo dos últimos anos sem receita para
compensar isso”, afirmou o executivo de 51 anos, que assumiu o
cargo no início do ano.

Gulliver informou que grande parte
das economias serão reinvestidas em áreas de crescimento maior. Ele
afirmou que o grupo pode obter 4 bilhões de dólares em receitas
adicionais por ano com a conquista de negócios de clientes abastados
e extra de US$ 1 bilhão fazendo as atividades de banco comercial e
de investimento ficarem mais próximas.

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