Contraf-CUT contesta declarações de Tombini sobre inflação e consumo

O presidente do Banco Central,
Alexandre Tombini, emitiu duas opiniões desastrosas nesta semana que
acaba. Na terça-feira 3, em entrevista à GloboNews, exortou
trabalhadores e empresários a que, nas próximas negociações
salariais, “olhem o que vêm pela frente em termos de inflação”
e que haverá “um período transitório de inflação elevada”
quando as campanhas salariais do segundo semestre de 2011 estiverem
ocorrendo, entre elas a dos bancários.

E nesta sexta-feira 6
fez um apelo à população para que pare de consumir. “Se
quiser adiar o consumo, moderar o consumo presente para consumir mais
à frente, este é o momento de fazê-lo, pois o rendimento das
aplicações financeiras está em elevação, em função da política
monetária”, disse o presidente do BC em audiência pública a
várias comissões do Congresso Nacional.

Tombini dá assim
claras demonstrações de que desconhece a vida real e está cedendo
às chantagens e mais uma vez se aliando ao mercado financeiro.

Ao
afirmar que “o rendimento das aplicações financeiras está em
elevação”, ele confessa que a política monetária que está
implantando não serve para defender a moeda, nem para conter a
inflação e muito menos para distribuir renda, mas sim para
favorecer os especuladores, que vivem de sugar o povo brasileiro.

“Afinal, o 1,25% de aumento da taxa Selic promovida pelo
Banco Central na gestão Tombini representou a transferência de
aproximadamente R$ 19 bilhões do suor e trabalho do povo brasileiro
para os especuladores e rentistas”, critica Marcel Barros,
secretário-geral da Contraf-CUT.

Ao desestimular o consumo,
Tombini faz exatamente o oposto do chamado feito pelo ex-presidente
Lula em dezembro de 2008, quando foi à televisão incentivar a
população brasileira a não parar de consumir – um dos fatores que
afastou a crise financeira internacional e manteve o Brasil no rumo
do crescimento econômico, com a distribuição de renda que se
conhece.

O presidente do BC quer agora fazer o caminho
inverso, como os neoliberais de governos passados, quando os salários
foram achatados e nem por isso a inflação foi contida. E o
resultado foi o que conhecemos:estagnação, crescimento medíocre do
PIB, vulnerabilidade às crises internacionais, empresas fechadas,
desemprego, aumento da concentração da renda e miséria.

“Ao
eleger Dilma Roussef presidente da República, o povo brasileiro deu
um claro sinal de que não deseja retornar aos tempos de sofrimento e
desesperança”, diz Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
“O que se pretende é um país voltado para o futuro, para o
desenvolvimento e distribuição de renda. E para isso o Banco
Central precisa mudar a sua rota, para que a promessa da presidenta
de acabar com a miséria possa realmente ocorrer.”

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