Brasil tem 16,2 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza

Cerca de 16,2 milhões de brasileiros são
extremamente pobres, o equivalente a 8,5% da população. A
estimativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) a partir da linha de extrema pobreza definida pelo governo
federal. Anunciada hoje (3), a linha estipula como extremamente
pobres as famílias com renda per capita de até R$ 70. Esse
parâmetro será usado para a elaboração das políticas sociais,
como o Plano Brasil sem Miséria, que deve ser lançado em breve pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

De acordo com a ministra do MDS, Tereza Campello,
o valor definido é semelhante ao estipulado pelas Nações Unidas.
Para levantar o número de brasileiros em extrema pobreza, o IBGE
levou em consideração, além do rendimento, outras condições como
a existência de banheiros nas casas, acesso à rede de esgoto e água
e também energia elétrica. O IBGE também avaliou se os integrantes
da família são analfabetos ou idosos.

Dos 16,2 milhões em extrema pobreza, 4,8 milhões
não tem nenhuma renda e 11,4 milhões tem rendimento per capita
de R$ 1 a R$ 70.

A maioria dos brasileiros que vivem em situação
de extrema pobreza é negra ou parda, jovem e vive na Região
Nordeste. O mapa também revela que 46,7% dos extremamente pobres
vivem no campo, que responde por apenas 15,6% da população
brasileira. De cada quatro moradores da zona rural, um encontra-se na
miséria. As cidades, onde moram 84,4% da população total,
concentram 53,3% dos miseráveis.

Na Região Nordeste estão quase 60% dos
extremamente pobres (9,61 milhões de pessoas). Em seguida, vem o
Sudeste, com 2,7 milhões. O Norte tem 2,65 milhões de miseráveis,
enquanto o Sul registra 715 mil. O Centro-Oeste contabiliza 557 mil
pessoas em situação de extrema pobreza.

Quanto ao sexo, a miséria atinge mulheres e
homens da mesma forma: 50,5% contra 49,5% respectivamente. No
entanto, na área urbana, a presença de mulheres que vivem em
condições extremas de pobreza é maior, enquanto os homens são
maioria no campo.

A análise dos dados revela também que, além da
renda baixa, a parcela da população em extrema pobreza não tem
acesso à serviços públicos, como água encanada, coleta de esgoto
e energia elétrica. Estima-se, por exemplo, que mais de 300 mil
casas não estão ligadas à rede de energia elétrica. “Quanto
menor é a renda das pessoas, maior é a proporção de pessoas que
não têm acesso ao abastecimento de água potável. Quanto menor a
renda, maior a proporção da população que não tem banheiro
exclusivo no domicilio. Na área rural a situação é mais
recorrente”, afirmou o presidente do IBGE, Eduardo Nunes.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Tereza Campello, afirmou que o plano Brasil sem Miséria, que
visa a acabar com a pobreza extrema no Brasil até 2014, será uma
combinação de políticas de transferência de renda e de
capacitação profissional com ampliação dos serviços ofertados
pelo Estado. “Não se trata de novos programas, mas um olhar para
esse público. Não vamos fazer um chamamento, mas garantir que o
Estado chegue a essa população”, disse a ministra, acrescentando
que vários programas atuais serão mantidos, como o Bolsa Família.

O plano deve ser lançado em breve pela
presidenta, Dilma Rousseff. Segundo a ministra, é possível
erradicar a pobreza extrema nos próximos quatro anos. “É um
esforço dos governos federal, estaduais e municipais. É uma
força-tarefa”, disse. Tereza Campello explicou ainda que a renda
familiar estipulada para definir a faixa de extrema pobreza será
ajustada no decorrer dos anos.

Hoje, dos 16,2 milhões de extremamente pobres,
4,8 milhões de brasileiros não têm rendimento. O restante (11,4
milhões) tem renda que varia de R$ 1 a R$ 70.

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