O Sesc Pernambuco divulgou, na manhã desta segunda-feira (2), a
programação oficial do Palco Giratório Brasil-Recife 2011. O projeto
acontece pelo 5° ano concecutivo, entre os dias 6 e 28 de maio,
agregando em sua grade 41 espetáculos de teatro e dança, de 38
companhias vindas de vários estados brasileiros, e uma única
internacional, vinda de Cuba. Neste ano, o evento ainda traz duas
vertentes paralelas, sendo elas a Cena Bacante e a Cena Gastrô. Os
ingressos tem valor único de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
As apresentações dos espetáculos serão realizadas em seis teatros do
Recife: Marco Camarotti, Capiba, Barreto Júnior, Hermilo Borba Filho,
Apolo e Luiz Mendonça. O público ainda poderá assistir algumas
produções em espaços abertos, como nos mercados públicos de Casa
Amarela, São José e Prazeres, e na Praça do Campo Santo, no bairro de
Santo Amaro.
A noite de abertura do festival, que será nesta sexta-feira (6), às
19h30, com entrada franca para o público, tem em cartaz a peça
pernambucana “Caetana”, do grupo Duas Companhias, que está circulando
com a temática há 7 anos, e nunca tinha participado do Palco Giratório
de Pernambuco. A encenação resgata elementos do teatro das tradições
populares e os transforma em linguagens renovadas de contemporaneidade.
“Quando falaram que o espetáculo estava na programação deste ano, nós
ficamos surpreendidas e muito felizes. Já tínhamos apresentado por meio
do Sesc do Rio de Janeiro, mas aqui no Recife nunca. Deus ouviu!”,
expressou a atriz Fabiana Pirro, que encena ao lado de Lívia Falcão,
atriz recifense.
De acordo com Galiana Brasil, coordenadora geral do Palco Giratório
em Pernambuco, o mote que a produção utilizou para escolher o
espetáculo de abertura, no caso “Caetana”, foi voltar a atenção do
público para um grupo pernambucano, e deixar que as estreias aconteçam
ao decorrer da programação. “Também pensamos em enfatizar as
experiências consolidadas”, disse a coordenadora.
Entre as 38 companhias, 16 delas foram selecionadas para o circuito
nacional do Palco Giratório, dentre elas, duas pernambucanas: o Mão
Molenga Teatro de Bonecos, com os espetáculos “O Fio Mágico” e “Era uma
Vez”, e o coletivo Lugar Comum, com o espetáculo de dança “Leve”. Esse
último não se apresentará durante o festival no Estado, por
desencontros com a agenda nacional. Já a primeira companhia se
apresenta no dia 22 de maio, com “O Fio Mágico”, no teatro Marco
Camarotti, às 16h30. [Confira
a programação completa]
A primeira estreia do festival acontece no próximo sábado (7), com a
peça “Essa Febre que não Passa”, do coletivo Angu de Teatro, de
Pernambuco. No total são seis atrizes (Ceronha Pontes, Hermila Guedes,
Hilda Torres, Márcia Cruz, Mayra Waquim e Nínive Caldas) e cinco contos
do livro “Essa Febre que não Passa”, da jornalista Luce Pereira. “É
uma adaptação. A peça mostra um estado de ebulição da mulher, discussão
do feminino, da memória e da lembrança”, traduziu a essência da
apresentação, o diretor de arte Marcondes Lima.
Nos dias 18, 19 e 20 de maio, às 19h, o teatro Marco Camarotti, que
nesta edição agrega toda a programação infanto-juvenil, terá
apresentação do monólogo “Mãe Coragem”, da companhia cubana Merida
Urquia, sendo esse o único espetáculo estrangeiro no evento
pernambucano. O roteiro conta como uma mulher suéca, jogada em meio a
invasão suéca na Polônia passa a viver de alimentos e quinquilharias. A
atriz faz o papel de mãe, filha, soldados, além de narradora.
Outro destaque da organização do evento é a preocupação com a
acessibilidade comunicacional das apresentações. Este ano, sete
espetáculos terão o auxílio do recurso de áudio-descrição para
portadores de deficiências visuais, incluindo a peça “Caetana”.
Traduções em libras também serão presentes nas peças “Reprilhadas”,
“Entralhofas – um concerto para acabar com a trizteza” e “Cordel do Amor
sem Fim”.
CENA BACANTE – A ideia do espaço é oportunizar
confraternizações entre grupos convidados e os artistas locais, com
performances temáticas e programações em todas as sextas-feiras, a
partir das 23h, no Espaço Muda, com entrada franca. A primeira
apresentação será após a abertura do Palco Giratório, com a Cia Animé e
a performance “As Levianas”.
CENA GASTRÔ – Outra ação paralela do evento neste
ano é a Cena Gastrô, com a contribuição do chefe de culinária César
Santos. Um cardápio foi criado pelo chefe, inspirado em nomes de
algumas peças incluídas na programação do festival, “eu fui juntando os
nomes dos espetáculos com costumes cotidianos e lembranças da minha
infância. Assim fui criando os pratos”. A proposta é unir a gastronomia
às artes cênicas, “o público apreciador de boas degustações irá
conhecer o cardápio e se interessar pelas peças, assim como o público
que gosta de teatro se interessar pela gastronomia. É uma troca”, disse
César Santos.