A Contraf-CUT e o Sindicato cobraram nesta
sexta-feira, dia 29, medidas de prevenção para combater o crime de
“saidinha de banco”, durante a segunda rodada da Mesa
Temática de Segurança Bancária com a Fenaban, em São Paulo. Os
bancos ficaram de avaliar as propostas feitas pelos bancários. Nova
rodada para continuar os debates foi agendada para o próximo dia 2
de junho. A Fenaban também apresentou pela primeira vez as
estatísticas de assaltos a bancos.
“Cobramos
providências dos bancos porque esse crime começa dentro das
agências e postos de atendimento, causando mortes, feridos, pessoas
traumatizadas e sensação de insegurança”, disse o secretário
de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de
Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr. “Os bancos precisam
fazer a sua parte, assim como os estados precisam melhorar a
segurança pública”, completou.
Os bancários defenderam
a melhoria da estrutura de segurança dos estabelecimentos, com a
instalação da porta giratória antes da sala de autoatendimento e
vidros blindados nas fachadas. “Também propomos a colocação
de câmeras de vídeo em todos os espaços de circulação de
clientes, bem como nas calçadas e área de estacionamento, com
monitoramento em tempo real e com imagens de boa qualidade para
auxiliar na identificação de suspeitos”, afirmou o dirigente
sindical.
A instalação de biombos ou tapumes entre a fila de
espera e a bateria de caixas foi reforçada pela Contraf-CUT e
Sindicato. “Essa barreira, com o reposicionamento do vigilante
para observar esse espaço junto com a colocação de uma câmera de
vídeo, elimina o risco do chamado ponto cego e garante privacidade e
sigilo nos saques dos clientes, evitando a ação de olheiros”,
ressaltou Ademir. Ele também defendeu a instalação de divisórias
entre os caixas, inclusive os eletrônicos.
A proposta de
isenção das tarifas de transferência de recursos (DOC, TED, ordens
de pagamento, etc), como forma de desestimular os saques que muitos
clientes efetuam para não pagarem tarifas, foi reiterada pelos
bancários. “Essa medida, se adotada, reduzirá a circulação
de dinheiro na praça e evitará que clientes sejam alvos de
assaltantes”, enfatizou o diretor da Contraf-CUT.
Os
representantes da Fenaban disseram que estão preocupados com a
“saidinha de banco” e que todas essas propostas serão
avaliadas pelos bancos. “Isso já é um avanço, pois até o ano
passado eles falavam que esse era um problema de segurança pública”,
frisou Ademir.
Acesso às estatísticas da Fenaban – A
Fenaban apresentou pela primeira vez as estatísticas de assaltos a
bancos, consumados ou não. O acesso foi uma das conquistas da
Campanha Nacional dos Bancários de 2010, previsto na cláusula 30ª
da convenção coletiva de trabalho.
Os bancos exibiram os
dados desde 2000, revelando uma redução gradativa das ocorrências.
Para os bancários, essa queda é fruto da ampliação dos
equipamentos de segurança, mas os números ainda são muito
preocupantes. “Além disso, eles certamente foram maiores, uma
vez que há casos de agências que não faziam o boletim de
ocorrência, cuja emissão obrigatória também foi conquistada no
ano passado e incluída na cláusula 30ª da convenção coletiva”,
apontou o diretor da Contraf-CUT.
Confira os números de
assaltos, consumados ou não, segundo a Fenaban:
. 2000 –
1.903
. 2001 – 1.302
. 2002 – 1.009
. 2003 – 885
. 2004 –
743
. 2005 – 585
. 2006 – 674
. 2007 – 529
. 2008 – 509
.
2009 – 430
. 2010 – 369
Os bancários propuseram a
separação das ocorrências envolvendo sequestros de bancários,
cujas ocorrências estão incluídas nos números de assaltos. Também
defenderam a realização de um levantamento dos arrombamentos, na
medida em que esse tipo de delito cresceu muito nos últimos
anos.
Os representantes da Fenaban ficaram de analisar as
considerações dos bancários e chamaram a atenção para as
quadrilhas que utilizam explosivos, afirmando que elas representam
uma ameaça não somente para os bancos mas para toda a sociedade.
A
Contraf-CUT propôs a definição de um calendário de apresentação
das próximas estatísticas semestrais, conforme estabelece a
convenção coletiva. “Solicitamos que no início de cada
semestre sejam apresentados os números do período anterior”,
defendeu Ademir. A Fenaban ficou de trazer uma resposta na próxima
rodada.