O Sindicato realizou
nesta quinta-feira, dia 28, um protesto no metrô Recife para lembrar
dos empregados que perdem a saúde e a vida no trabalho por falta de
segurança. A CUT e as demais centrais sindicais também participaram
do ato, que marcou em Pernambuco o Dia em Memória das Vítimas de
Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho.
A manifestação
começou logo no início da manhã, com uma panfletagem. À tarde, o
Sindicato participou de uma Audiência Pública com representantes de
várias entidades na sede da Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego em Pernambuco.
O secretário de Saúde do Sindicato,
João Rufino, conta que o movimento sindical pernambucano elegeu como
tema de discussão neste 28 de abril “Os desafios do Complexo
Industrial e Portuário de Suape frente à saúde do trabalhador no
âmbito do PAC”. “Tentamos chamar a atenção das pessoas e,
principalmente, das autoridades para os problemas que Suape tem
causado na saúde do trabalhador. Independente do valor econômico
que o porto tem para o nosso Estado, o dinheiro não pode ser ganho à
custa do adoecimento e morte dos trabalhadores”, comenta.
Rufino
explica que, apesar de Suape ser o foco das atividades do 28 de abril
deste ano em Pernambuco, os bancários também serão lembrados.
Segundo o dirigente, a categoria é uma das que mais sofre com
doenças e acidentes de trabalho.
“Só no ano passado, o
Sindicato emitiu 185 Comunicações de Acidente de Trabalho (CAT) e
os bancos outras 58 em Pernambuco. Todas elas se reverteram em
benefício para os trabalhadores no INSS. A maior parte é resultado
das LER/DORT, doença que afeta os bancários mais que a média
nacional. A forma da organização do trabalho nos bancos, somado ao
ritmo frenético para vender produtos e bater metas e ao uso intenso
de computadores muitas vezes em condições precárias, são os
maiores responsáveis pelas doenças osteomoleculares nos bancários”,
diz Rufino.
Outro problema que tem liderado os acidentes de
trabalho é a violência que bancários e bancárias sofrem em
assaltos ou sequestros. “A falta de segurança tem gerado
transtornos psíquicos e nossa categoria já é uma das que mais
sofrem com problemas mantais”, afirma Rufino.
A data –
Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou o 28
de abril como o dia oficial da segurança e saúde nos locais de
trabalho. O movimento começou no Canadá e espalhou-se por diversos
países organizado por sindicatos, federações, confederações
locais e internacionais.
No Brasil, em maio de 2005, foi
instituído o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e
Doenças do Trabalho, a ser celebrado em 28 de abril a cada ano, pela
Lei do Deputado Roberto Gouveia (PT/SP).
A data remonta o ano
de 1969, quando houve a explosão de uma mina no estado da Virgínia,
Estados Unidos, matando 78 mineiros.