Aposentados comemoram dia nacional cobrando aumento real do governo

Os representantes da Confederação Brasileira dos
Aposentados e Pensionistas (Cobap) se reunirão nesta quarta-feira
(27) com o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, para
debater as reivindicações da categoria. A convocação foi feita
pelo próprio ministro, no Senado, ao participar da solenidade de
comemoração do Dia Nacional dos Aposentados e Penionistas que, este
ano, caiu no domingo de Páscoa. A principal reivindicação,
encampada por centrais sindicais e parlamentares, é a concessão de
aumento real para as aposentadorias.

Garibaldi Alves informou
que já conversou com a presidenta Dilma Rousseff sobre as
reivindicações das entidades representativas dos inativos. Segundo
ele, a presidenta mostrou-se “preocupada com a situação
[financeira]” dos beneficiados pelo regime da Previdência
Social. “Trago à vocês a convicção de que o melhor caminho a
trilhar é o do diálogo”.

Na sessão solene, o
secretário executivo do ministério, Carlos Eduardo Gabas, reafirmou
aos aposentados e pensionistas que a Previdência Social “não é
uma entidade quebrada, não está falida e não tem o déficit que
querem que ela tenha”. Ele ressaltou que, nos oito anos de
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os técnicos da
Previdência se esforçaram “para trazer luz” ao
debate.

Gabas informou que o regime previdenciário dos
trabalhadores urbanos é superavitário em pouco mais de 14%. Já o
déficit registrado na sistema de Previdência Rural foi concebido
para ser coberto com dinheiro público. O secretário-executivo
afirmou, ainda, que o pagamento de pelo menos um salário mínimo aos
aposentados e pensionistas rurais é uma questão de justiça
social.

O presidente da Confederação Brasileira de
Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Gonçalles, destacou que a
reivindicação para que os benefícios tenham reajuste real e não
apenas a correção da inflação do ano “é uma luta que os
aposentados nunca conseguiram vencer”. Em rápido discurso, ele
lamentou o veto da presidenta Dilma Rousseff ao reajuste real, em
2011, e cobrou a continuidade das negociações.

“O que o
aposentado tem depois que sai do mercado de trabalho? Nada. A
Previdência só trabalha para quem está no mercado”, reclamou
Gonçalles. Caso o governo Dilma feche as portas às negociações, o
presidente da Cobap teme que os idosos dependentes da Previdência
Pública fiquem sem aumento real até 2015.

Ele também cobrou
dos gestores da Previdência Social um plano de saúde para os
aposentados e pensionistas com o objetivo de evitar que os idosos
acabem “reféns” dos hospitais do Sistema Único de Saúde
(SUS). Warley Gonçalles pediu, ainda, que Dilma Rousseff dê a mesma
preferência à criação de centros de convivência para os idosos,
da mesma forma que pretende garantir a construção de creches
públicas.

Solicitada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a
sessão teve o propósito de homenagear os mais de 28 milhões de
aposentados e pensionistas regidos pelo regime geral da previdência
social e que recebem seus proventos pelo INSS. A crítica ao fator
previdenciário, criado para desestimular a aposentadoria precoce,
foi também uma constante na sessão.

Na presidência da mesa
do Senado, Paim deu várias vezes a palavra a representantes dos
aposentados, que vieram de 22 estados brasileiros. Em seus discursos,
eles recomendaram aos aposentados presença constante no Parlamento
para pressionar os parlamentares pela garantia dos seus direitos.

O
senador gaúcho lembrou a celebração da data de homenagem aos
aposentados um dia depois do domingo de Páscoa e leu os 10
mandamentos bíblicos. Ao lembrar o sétimo mandamento – “Não
roubarás” -, Paim condenou aqueles que sonegam impostos.


Não roubarás o dinheiro que falta para a saúde, que falta para a
educação, que falta para a Previdência, para que possamos pagar
nossos aposentados e pensionistas. Parem de roubar! – declarou.

Para
ele, “se amarmos o próximo como a nós mesmos, é impossível
deixarmos de olhar para os idosos deste país”.

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