Com o objetivo de avaliar um novo método de tratamento a quem sofre de
Transtorno de Estresse Pós-Traumático, pesquisadores da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) estão convocando
vítimas de assaltos a bancos. Por meio de um tipo de videogame,
psicólogos, psiquiatras e especialistas em informática pretendem tratar
essas pessoas e confirmar que enfrentar o medo em uma simulação no
computador ajuda a curar o mal gerado na vida real.
A pesquisa existe há dois anos e, no início, participavam somente
funcionários de agências bancárias que passaram pela experiência de um
assalto. Hoje, o grupo recebe clientes de bancos que também tiveram essa
experiência.
– Inicialmente, o que motiva a busca pelo tratamento é o sofrimento
psicológico que se instala, ao longo do tempo, nas vítimas. Embora a
maioria das pessoas se recupere após um evento como assalto a banco, uma
parte importante, entre 10% e 20%, vai desenvolver um quadro de
sofrimento crônico. Alguns estudos indicam que, em média, os pacientes
levam até 11 anos entre a ocorrência do evento que estressa e a busca
por tratamento – explica o coordenador do Programa de Pós-Graduação em
Psicologia da PUCRS, professor doutor Christian Haag Kristensen.
Ideia é simular situação de medo
Basicamente, a vítima revive, em um programa em primeira pessoa que usa
por base o jogo Half Life, cenas semelhantes às que causaram seu trauma.
Atuando como cliente, caixa ou mesmo gerente da agência, o paciente
interage com outros personagens e pratica ações como pagar uma conta. De
repente, aparecem os bandidos.
– A ideia é que se possam escolher as frases que os assaltantes dizem,
baseado no momento em que o paciente foi assaltado – disse o coordenador
do Grupo de Realidade Virtual da PUCRS, Marcio Sarroglia Pinho.
Para participar, é preciso contatar o e-mail cognition.pucrs@gmail.com
ou ligar para (51) 9269-5168, com a psicóloga Patrícia Mello.
Mais informações no site www.estressetrauma.org