“O
Itaú Unibanco é escravidão: é sinônimo de depressão, Síndrome
do Pânico, humilhação, assédio moral, assalto e demissões”. A
fala é parte de uma mensagem recebida pelo Sindicato nesta sexta,
15.
A
mensagem veio anônima e o endereço eletrônico, fictício, mostra a
situação em que se encontram os bancários do Itaú Unibanco:
depressao@gmail.com. Não
por acaso, chegou depois que o Sindicato denunciou mais uma onda
de demissões de bancários que trabalham como caixas e gerentes
operacionais do Itaú em diversas regiões do país (leia mais
aqui).
Só
em Pernambuco, 17 demissões foram homologadas nos primeiros três
meses do ano. Só nos primeiros dias de abril, oito trabalhadores já
foram para a rua. A rodada de negociação que estava agendada para a
última quinta, dia 14, foi desmarcada na véspera pelo banco.
O
secretário de Saúde, João Rufino, representou Pernambuco em
encontro da Comissão de Organização dos Empregados, em São Paulo,
que reuniu sindicalistas do Itaú do Brasil inteiro (leia mais aqui).
Rufino confirma: os males denunciados pelo bancário são nacionais.
“Tem pouca gente na área de atendimento. É muito frequente os
gerentes operacionais terem de ir para o caixa porque o banco tem um
programa que controla o tempo de fila, mas não tem funcionários
suficientes para atender as demandas”, diz Rufino.
Há
outros problemas. De forma unilateral, o banco aumentou o valor
cobrado aos funcionários pelo Plano de Saúde. Hoje, os bancários
arcam com 65% das despesas com assistência médica. E em pesquisa
recente, os trabalhadores apontaram falhas no plano: excesso de
burocracia, valor alto por agregado, muitas especialidades sem
cobertura e plano odontológico muito ruim.
O banco de horas
é outro motivo para insatisfações. “Ele não é contratado com o
Sindicato e nem está previsto no Contrato Coletivo de Trabalho. O
funcionário fica à disposição do banco que, quando bem entende,
decide se o empregado vai trabalhar ou ficar em casa”. A
insegurança das agências e a constante ameaça de demissão
completam o ambiente degradante no qual os bancários do Itaú estão
sendo obrigados a trabalhar.
Confira abaixo a mensagem
encaminhada por um trabalhador:
Qualidade
de vida… é isso que os funcionários do Itaú estão querendo.
Temos um plano de saúde que não pode ser utilizado, por que não há
tempo para sair da agência e não há pessoas para nos substituir. A
dificuldade é tão grande que não temos tempo nem para almoçar.
Comemos lanches nos horários de expediente quando estamos em
atividades. Somos pressionados a cada dia para batermos as metas, e
sofremos ameaça de demissão de um dos maiores bancos do hemisfério
sul e recordista em lucros. Com certeza, o Itaú não poderia estar
incluído no programa “melhor empresa para se trabalhar”. O Itaú
Unibanco é escravidão: é sinônimo de depressão, Síndrome do
Pânico, humilhação, assédio moral, assalto e demissões.