A
UNI Sindicato Global, que representa 900 sindicatos e 20 milhões de
trabalhadores em todo mundo, quer aumentar o número de
sindicalizações nas empresas multinacionais. A proposta foi
apresentada durante o 1º Foro Regional de Sindicalizadores da UNI
Américas, realizado na quarta e quinta-feira, dias 6 e 7, em Bogotá,
capital da Colômbia, que contou com a presença do presidente
mundial da UNI, Philip Jennings.
O evento reuniu cerca de 40
participantes, oriundos do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, El
Salvador, Costa Rica, Jamaica, Bahamas, Estados Unidos, Canadá e
Colômbia, representantes dos trabalhadores de multinacionais, como
Santander, Itaú, BBVA, Carrefour, Walmart, Prosegur, Movistar
(Telefonica), DHL e Kimberly Clark, dentre outras.
A
Contraf-CUT, filiada à UNI, participou do foro, através do
funcionário do Santander e secretário de imprensa Ademir
Wiederkehr, do empregado do Itaú e presidente do Sindicato dos
Bancários de Londrina, Wanderley Crivellari, e do funcionário do
Santander e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Mário
Raia. Também esteve presente o presidente da Confederação Nacional
dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), José Boaventura Santos, que
representou os empregados da Prosegur.
Romper barreiras –
“O encontro foi o primeiro foro de sindicalizadores
promovido pela UNI em todo mundo e agora deverá ser realizado em
todas as regionais”, afirmou o brasileiro e diretor regional da
UNI Américas, Márcio Monzane, que coordenou o evento ao lado de
Nadine Rae, representante da UNI.
“O congresso mundial
da UNI, realizado em novembro do ano passado, em Nagasaki, adotou a
estratégia de romper barreiras, que é um chamado para intensificar
o processo de sindicalizações”, disse a argentina e diretora
de campanhas da UNI Américas, Adriana Rosenzvaig. “O movimento
sindical é a única força capaz de enfrentar as multinacionais e
garantir melhores salários e condições de trabalho”,
frisou.
Para o diretor da Contraf-CUT, o encontro foi muito
proveitoso. “Ao longo dos dois dias, discutirmos estratégias
para organizar campanhas de sindicalização nas multinacionais,
visando fortalecer os sindicatos, potencializar as lutas por acordos
globais e valorizar os trabalhadores”, destacou Ademir.
A
importância do planejamento – O foro apontou a necessidade de
planejar as campanhas de sindicalização, estabelecendo fases e
objetivos. Cada etapa requer ferramentas, técnicas e táticas. “Com
planejamento, podemos aumentar o número de associados aos sindicatos
e reforçar a globalização das lutas”, salientou Mário
Raia.
“A sindicalização fortalece e legitima os
sindicatos junto aos trabalhadores, aos patrões e à sociedade”,
enfatizou Wanderley,que é um dos coordenadores da Comissão de
Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco. Ele também
ressaltou que “é preciso reforçar a comunicação e aprofundar
a unidade dos trabalhadores das Américas”.
Fortalecer
as redes sindicais – O papel das redes sindicais nas
multinacionais também foi destacado no foro, como elemento que
aproxima os sindicatos de vários países, cria laços de
solidariedade, fortalece a organização internacional e amplia as
lutas dos trabalhadores.
Os brasileiros relataram a boa
experiência das redes de bancos internacionais, sob a coordenação
da UNI Américas, como Santander, BBVA, HSBC, Itaú Unibanco e Banco
do Brasil. Ademir e Mário Raia relataram as lutas no Santander,
enquanto Wanderley focou os primeiros passos no Itaú Unibanco.
Boaventura abordou a organização mundial dos trabalhadores
da Prosegur, que também estão lutando por um acordo global com a
multinacional espanhola, uma das três maiores empresas na área de
segurança privada do mundo.