O Itaú Unibanco vem promovendo uma reestruturação entre seus altos
executivos, fato que ocorreu recentemente na área de varejo da empresa,
com a troca do antigo vice-presidente da área Geraldo Carbone por Marco
Bonomi. A mais nova modificação ficou por conta do setor de pessoas do
banco, assumido agora por Zeca Rudge, vice-presidente que respondia pela
seguradora, acumulando ainda os setores de marketing e relações
institucionais, que já estavam sob seus cuidados.
“A expectativa dos bancários é que as modificações no alto escalão
também reflitam em mudanças positivas a todos os trabalhadores,
principalmente aos que estão na linha de frente do banco”, defende Jair
Alves, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados
(COE) do Itaú Unibanco, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o
banco.
Segundo o dirigente, são inúmeras as reclamações recebidas dos
trabalhadores sobre cobranças de metas abusivas, insatisfação com as
condições de trabalho, entre outras questões. “Toda essa situação faz
com que o funcionário adoeça e acabe por pedir demissão, como vem
acontecendo em um volume bastante significativo”, afirma Jair.
“Esperamos que as mudanças venham melhorar a vida de todos os
funcionários do banco, e não de apenas uma parcela privilegiada da
empresa”, completa.
Para Márcia Basqueira, diretora da Contraf-CUT e funcionária do banco, a
perspectiva é que com as recentes mudanças, especialmente na gestão de
pessoas, os olhos do RH foquem nos gestores. “Que essa alteração venha
refletir em melhores condições para que os gestores possam de fato
conduzirem suas atividades. O que se observa hoje é um gerente
operacional atuando no caixa, sendo obrigado a vender, o que lhe
impossibilita de fazer a gestão das pessoas. Isso porque não há
organização e recursos para exercê-lo”, sustenta Márcia.
Mudanças
Ricardo Marino, que cuidava da área de pessoas (RH), fica a partir de
agora responsável pelas operações na América Latina, além de assumir o
assento no conselho de administração do banco português BPI, no qual o
Itaú detém participação. Marino é filho de Milú Villela, uma das maiores
acionistas do grupo Itausa.
Para o lugar de Zeca Rudge, na direção da seguradora, foi apontado
Marcos Lisboa. Desde que o Itaú comprou uma participação relevante do
capital da Porto Seguro, as carteiras de seguros de veículos e
residências migraram para a nova empresa fruto da associação, reduzindo o
tamanho das operações de seguros dentro do Itaú.