Funcionários do Santander pedem socorro

A garantia dada pela direção do Santander, em negociação na terça-feira,
05, de que não haveria demissão em massa, não convenceu os bancários
pernambucanos. Hoje, dia 6, foram várias as mensagens nas quais os
trabalhadores denunciam um ambiente de trabalho insustentável. Para
eles, as demissões já estão ocorrendo e não devem parar nos próximos
meses. Além disso, muitos estão deixando o banco porque não aguentam
mais as condições de trabalho. Na semana passada, em um único dia, foram
nove demissões e um pedido de desligamento.

O assunto foi
tratado em negociações com o banco na sexta, 1º de abril, e nessa terça,
5. “Entre as propostas que apresentamos estava a ampliação do suporte
técnico, com aumento do número de
monitores para resolver o caos no processo de migração dos sistemas
operacionais. E a suspensão da exigência de metas durante o período de
transição. No entanto, a única resposta do banco referiu-se às demissões
em massa”, explica o diretor do Sindicato, Epaminondas França, que
participou das negociações em São Paulo.

>> Leia mais sobre as negociações

Confira duas das mensagens enviadas por bancários do Santander nesta quarta, dia 6:

“Quem dera fosse verdade essa informação de que o Santander não fará
demissões em massa. Conforme Epaminondas informou, a conversa é que seria
mantido o quadro de funcionários e novas agências seriam construídas. Hoje, o que
vemos são duas agências funcionando em um único prédio, funcionários altamente
estressados, sem condições de trabalho, muitos entrando de licença, outros
fazendo tratamentos psiquiátricos, pois a cobrança é esmagadora e as metas
abusivas tem que ser cumpridas.
Observem e mensurem a quantidade de demissões
realizadas pelo Santander e outros bancos de fevereiro até a presente data.
Aqueles colegas que pediram desligamento é porque já não aguentavam o arrocho.
Estamos adoecendo e nada é feito. O banco quer apenas resultado e não enxerga
que, por trás dos números, existem pessoas. Estamos vivendo uma época parecida
com a escravidão, sendo que a diferença é que hoje eles se utilizam de notebooks
e blackbarrys para nos reprimir. Metas abusivas de vendas de produtos,
processamento de todo movimento de envelopes do AA e malotes de empresa nas
agências e ainda cobram em relação a hora extra.
Esse
é o momento em que devemos
dar as mãos e nos unirmos. Pode até não acontecer demissões em massa
para não
alarmar o Sindicato e funcionários, mas acredito que muitos serão
demitidos ao
longo dos próximos meses. Para cada demissão realizada, deveríamos
fechar todas as
agências para eles perceberem a importância de cada funcionário. Espero
que o Sindicato tome providências preventivas. Estamos confiando na nova
diretoria. A
mudança já começou. Me desculpem por não me identificar, mas tenho muito
receio
de sofrer represálias”.

“O
Sindicato precisa fazer algo em relação ao assédio moral pelo qual os
funcionários do Santander estão passando. Essa migração
de sistema (sem treinamento), diretoria gritando com os funcionários,
reuniões
cobrando metas absurdas e, pior, o banco não está dando atenção ao que
os
seus funcionários estão pedindo: SOCORROOOO, AJUDA! Os funcionários
querem reter
seus clientes, mas como??? Com essa nova diretoria tratando mau os seus
funcionários, abrindo gavetas, metendo o dedo no computador pra ver os
que os
funcionários estão fazendo… Eles estão trabalhando com medo!!! Façam
alguma
coisa. Isso tem que acabar. O banco só conseguindo uma coisa: que todos
os
funcionários fiquem doentes e percam a motivação de trabalhar nesta
instituição,
pois o Santander só quer tirar o sangue de seus funcionários… ESTAMOS
PEDINDO
SOCORRO!!!!”

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