Viva a organização da categoria bancária em
nível nacional, Sindicatos, Federações, a Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF-CUT) e o Comando Nacional;
este em especial porque teve a capacidade, inteligência e combatividade
de levar a categoria a lutar, construir a vitória fechando um dos
melhores acordos salariais.
sempre e, este ano, de forma desrespeitosa e intransigente, na principal
rodada de negociação apresentaram uma proposta pífia de 4,29% apenas à
inflação do período. E, ainda diz que o índice reivindicado pelos
trabalhadores era demasiado alto, impossível de atender, além de
pouquíssimo avanço na pauta social, condições de trabalho, saúde e
segurança. Porém, em pesquisa o DIEESE informa que das 290 categorias
profissionais em campanha salarial no 1º semestre de 2010, 255 ou
(87,9%) tiveram reajuste salariais acima da inflação, enquanto o tamanho
do lucro dos banqueiros foi R$ 21 bilhões só no 1º semestre 2010. Tudo
isso só reforça a indignação dos bancários e sua disposição de lutar.
O
Comando Nacional analisou com sabedoria o limite e o ritmo das
negociações em avançar, sem que a categoria vá à luta, faça sua parte na
correlação de forças. Propuseram então o dia 28 de setembro para os
sindicatos realizarem assembléias e decretarem greve por tempo
indeterminado. Neste ano a greve foi “startada” ou iniciada
uniformemente em nível nacional, a partir da Zero hora do dia 29, quando
bancários do Brasil inteiro iniciavam esta que foi uma das mais fortes e
bem sucedidas greves da categoria.
A estratégia do comando de
greve gerou um impacto importante na mesa de negociação – os banqueiros
então sentiram o peso da organização e a força dos bancários/as no país
inteiro. A CUT nacional fez pressão e, agora em outra condição, o
processo de negociação foi retomado. A greve seguiu firme e forte. O dia
internacional de luta pelo trabalho decente em 7 de outubro, reforçou a
greve com passeatas e atividades no Brasil inteiro.
A pressão
da greve obrigou os banqueiros a apresentarem depois de muitas horas de
negociação a proposta que me fez concluir que neste ano nós bancários
fizemos a mais bem sucedida campanha salarial do ultimo período.
Ganhamos no ponto chave, na base da pirâmide: o Piso Salarial da
categoria. O Piso teve reajuste entre 16,5% nos bancos privados a 13,5%
nos bancos públicos – passando para R$ 1.250, e R$ 1.600
respectivamente. Aumento real, valorização dos pisos salariais, melhoria
na PLR e inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho de mecanismos de
combate ao assédio moral e à falta de segurança bancária. Evidentemente
não foi possível contemplar tudo, os bancários da rede privada com
salários superior a R$ 5.251 incidirá apenas os 4,29% da inflação – até
5.250 o índice é o negociado e aplicado nas demais verbas 7,5%. Nos
bancos públicos o índice de 7,5 será aplicado de forma linear. Este é o
segundo tempo da campanha nos bancos privados que a CONTRAF já esta em
campo.
Em Pernambuco, minha base sindical, na grande assembleia
do dia 28 setembro para deflagração da greve, falei em nome da CUT
Nacional, observei o momento favorável da conjuntura econômica e social,
das categorias que tinha data base em 1º de setembro também, que já
tinham fechado bons acordos, colocando uma responsabilidade maior para
nós direção, na medida em que, o parâmetro é por cima, pelo melhor
acordo.
Especialmente para a nova direção do Sindicato dos
Bancários o desafio era dobrado. Sabedoria, combatividade e sintonia com
o comando e o conjunto da categoria era fator fundamental para a
vitória. Na assembleia de fechamento e nesse artigo venho publicamente
parabenizar a nova direção do Sindicato dos Bancários de PE, que soube
conduzir muito bem a greve, e sua primeira campanha salarial. A
paciência de ouvir, e a sabedoria de fazer a unidade para a vitória da
greve, a combatividade e criatividade na condução de toda campanha
salarial confere a esta nova direção a confiança dos bancários/as. Claro
as divergência de encaminhamentos, as disputas são salutares e ajudam o
fortalecimento da democracia e da entidade. Parabéns a toda
diretoria.
Por fim, nós bancários nos despedimos do governo do
Presidente Lula com muita luta e com uma grande e bem sucedida
greve/campanha salarial. O princípio cutista de autonomia e liberdade
sindical frente aos patrões e ao governo, soubemos exercitar com muita
honra e combatividade; nestes oito anos de mandato do Presidente Lula,
fizemos grandes greves em sete. Mas com muita clareza da disputa de
projetos, muita clareza do significado do retrocesso do neoliberalismo.
Nas campanhas salariais de 2006 e, sobretudo nesta de 2010 quando
ocorreram eleições para presidente soubemos conduzir a categoria à
vitória. Concluímos a greve com um dos melhores acordos salariais, foram
15 dias de greve, e uma bem sucedida campanha salarial dos bancários.
Parabéns
ao Comando Nacional que orientou sem vacilar a aceitação da proposta.
Não podíamos transformar uma greve real, que chegou ao seu ápice
arrancando dos patrões a melhor proposta, em uma greve política ou de
resistência que não interessava a ninguém nesta conjuntura política.
Agora é hora de a militância trabalhar muito para neste segundo turno
das eleições presidências possamos eleger o projeto a favor dos
trabalhadores/as, a favor do povo brasileiro. A CUT e a CONTRAF em suas
instâncias de debate aprovaram o apoio ao projeto que dará continuidade
às mudanças iniciadas no governo Lula, expresso na candidatura de Dilma
Rousseff – para o Brasil seguir no rumo da inclusão social, no rumo do
desenvolvimento com distribuição de renda, com um Estado forte que
aumente os investimento público nas regiões – Nordeste experimenta isso –
no fortalecimento dos bancos públicos e das empresas estatais.
Parabéns
ao bancários/as, parabéns ao Comando Nacional dos Bancários, parabéns a
nova direção do Sindicato dos Bancários de Pernambuco!!