Para muitos bancários, que acabaram de ingressar na
carreira, esta foi a primeira greve de suas vidas. Para a diretoria do
Sindicato não é diferente. Eleita no final do ano passado com o objetivo
de renovar a entidade, a direção encarou o grande desafio de organizar
mais de 10 mil bancários que trabalham em Pernambuco para fazer o
enfrentamento com os bancos, numa Campanha Nacional que foi difícil do
começo ao fim.
Com o término da greve e o fechamento do acordo com os
bancos, a euforia desta nova direção superou o cansaço, e a alegria
pela vitória dos bancários na Campanha tomou conta de cada um dos
diretores.
A empolgação por conquistar o melhor acordo dos
últimos vinte anos não e a toa. Cada dirigente do Sindicato se superou
durante a Campanha para estar no máximo possível de agências e
departamentos dos bancos. Do sertão ao litoral, passando pela zona da
mata, agreste e região metropolitana do Recife, o Sindicato mobilizou os
bancários e, juntos, construíram a maior greve das últimas décadas.
Só em Pernambuco, trezentas agências paralisaram suas
atividades para pressionar os bancos. Isso representa cerca de 60% das
unidades bancárias do Estado e mais de 6 mil trabalhadores, que cruzaram
os braços durante a greve.
A participação massiva dos bancários nas atividades
de pressão e na greve é também uma resposta aos trabalhos que esta
diretoria vem desenvolvendo nos últimos 10 meses. Formada em sua ampla
maioria por bancários que nunca tiveram cargos no Sindicato, a jovem
diretoria acabou chamando a atenção dos outros sindicatos e até da
Contraf-CUT, para quem a categoria em Pernambuco foi fundamental na
greve.
Mas, o sentimento de dever cumprido e a vitória
maiúscula dos bancários na Campanha renderam não mais que uma noite de
comemoração. No dia seguinte ao fechamento do acordo com a Fenaban, o
Sindicato já estava na luta para que os bancos melhorassem ainda mais a
Convenção Coletiva deste ano, ao reivindicar a extensão dos 7,5% de
reajuste para todos os bancários. Em paralelo, os dirigente já estavam
percorrendo as agências e departamentos para verificar os problemas que a
categoria enfrenta no dia a dia e, principalmente, evitar que os
trabalhadores que participaram da greve sofressem assédio moral ou
recebessem uma sobrecarga de trabalho dos gestores.
Como se vê, a luta não para nunca. Mas esta greve e o resultado da
Campanha Nacional mostram que este Sindicato está no caminho certo. Aí
fica mais fácil para nós continuarmos prosseguindo e progredindo na luta
contra os bancos.