O Brasil e as eleições

No próximo dia 3 de outubro, os brasileiros vão às
urnas para escolher o novo ou a nova presidente da República, além de
governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Após 121 anos
de República, essa é a primeira vez na história do país que uma mulher
tem a possibilidade real de chegar ao mais alto cargo do Brasil. De
acordo com as últimas pesquisas, Dilma Rousseff, do PT, deve ganhar no
primeiro turno com o dobro de votos do segundo colocado, o tucano José
Serra.

A expressiva votação tem um motivo. Dilma representa a
continuidade do governo Lula, enquanto Serra carrega o projeto de
Fernando Henrique Cardoso, governo do qual fez parte. Com Dilma, os
brasileiros esperam as mesmas políticas de desenvolvimento econômico dos
últimos oito anos que garantiram a inclusão social, geração de
empregos, respeito aos trabalhadores e fortalecimento dos bancos
públicos. Já Serra significa uma volta ao passado, com políticas sociais
e econômicas contrárias aos interesses dos trabalhadores e novas
privatizações.

Foi por isso que os bancários, reunidos na
Conferência Nacional em julho, decidiram por ampla maioria apoiar Dilma.
Afinal, a categoria conhece de perto as duas formas de governar.

FHC, por exemplo, tentou privatizar o Banco do Brasil
e a Caixa e só não conseguiu porque seu mandato acabou. Serra vendeu no
ano passado a Nossa Caixa em São Paulo, que era o único banco público
do Estado, já que o outro, o Banespa, tinha sido privatizado pelos
tucanos. FHC também criou duas classes de bancários nos bancos públicos
ao retirar grande parte dos direitos de quem foi contratado depois de
1998.

Já sob o comando do PT, os bancários conseguiram
reconquistar a maioria desses direitos, além de fazer com que os bancos
públicos cumprissem a Convenção Coletiva. Agora, com toda a categoria
unida, as campanhas salariais têm sido mais fortes e vitoriosas.

Enfim, o Brasil de hoje é bastante diferente do que
era há oito anos, quando o PSDB deixou a presidência da República. Essa
mudança é resultado direto da forma de governar o país e dos projetos
políticos do PT e do PSDB.

Mas, embora o brasileiro esteja bem atento a esses projetos distintos
que concorrem à presidência, o mesmo não se pode dizer do parlamento,
onde está diminuindo a participação dos deputados e senadores que têm
origem no movimento sindical. No Brasil, o Congresso Nacional é tão
importante quanto à presidência da República. Por isso, no dia 3, não
eleja apenas Dilma para presidente. Vote também nos parlamentares que
têm compromisso com o trabalhador.

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