Há uma grande contradição entre o lucro que o setor financeiro vem
acumulando ano após ano e a qualidade dos serviços prestados aos seus
clientes. Este verdadeiro abismo é gerado por um problema crônico que os
capitalistas do setor financeiro são acometidos: Síndrome da Ganância
Desenfreada. Essa verdadeira epidemia revela seus sintomas nas práticas
que são comuns a todos esses empresários. Basta entrar nas agências com
aparência elegante e veremos, sem nenhuma dificuldade, que há poucos
funcionários para atender decentemente a demanda de clientes que cresce a
cada dia, estimulado pelas metas infindáveis de conquistar mais
clientes e vender, vender, vender.
Existe um dito popular que
afirma: “gaiola de ouro não dá comida a canário”. E é exatamente isso
que nós bancários constatamos: A fachada é de um local belo, organizado,
etc e tal, mas, quando fala-se numa remuneração decente, aí a coisa
muda de figura. O piso da categoria bancária é uma vergonha. E se por um
lado não há valorização do piso salarial, por outro tentam
convencer-nos que, de fato, o mais importante é a PLR e os diversos
programas de remuneração variada, de idoneidade contestada pelos
trabalhadores e cujas regras, nem sempre claras, podem até mudar durante
o jogo.
Quem usa os serviços bancários merece um tratamento
decente por parte dos banqueiros. Sejam clientes ou usuários, ninguém
cruza as portas de um banco sem deixar sua parcela de contribuição pelo
serviço utilizado, mesmo quando o cliente vem encerrar uma conta. Porém,
o que se vê é muita propaganda de banco ecológico, com responsabilidade
social, presente e pra você ou de você. Mas o que de fato existe por
trás desse mar de propaganda? Muita mentira! Bancos que não investem ou
até desprezam investimentos em segurança para não diminuir o seu lucro
ou todo um setor da economia que promove as maiores taxas de serviços e
cria a cada novo dia uma forma diferente de lucrar mais dando menos
atenção às vidas de seus clientes e funcionários.
Não queremos
luxo nem lixo, somente o que é nosso por direito. Pois respeito a nossa
dignidade humana e um local de trabalho livre de riscos ao adoecimento
físico ou mental não são um favor e sim uma obrigação que nossos patrões
têm para conosco. É algo que todos nós que promovemos o lucro
fantástico dessas empresas, com nossa força de trabalho, merecemos.
Porém não basta ter consciência de que isto nos é devido, temos de lutar
para conquistar, pois o que nos é dado, ou é presente ou esmola.