Uma história marcada por lutas em defesa do
Brasil e do povo brasileiro. Esse é o maior valor da União Nacional dos
Estudantes, o seu patrimônio máximo, a qualidade que lhe confere
reconhecimento, admiração e respeito de todos os setores da sociedade.
Virtude que a faz se renovar e inovar a cada período, permanecendo
pulsante e atuante ao longo de 72 anos de vida. Trajetória de caminhos
difíceis, onde heróis tombaram, mas deixaram a mensagem de que temos um
papel a desempenhar para completar a construção da nação. É o sonho
geracional da transformação. Um sonho que não é da UNE, nem dos
estudantes, mas de todos os que fazem parte do corpo e do espírito
deste país.
Conhecemos a realidade e as dificuldades que vamos
enfrentar, mas reconhecemos no Brasil um momento de oportunidade. Este
momento é conseqüência da luta do nosso povo, da energia viva de tantos
atores sociais que há décadas questionam, reivindicam, combatem. O
Brasil não é mais aquela nação que cala a sua voz ao mundo para
referendar o “status quo”. Deixamos de ignorar a miséria e a fome e
temos aprendido que cuidar do nosso maior patrimônio, que são as
pessoas, levará o país a um verdadeiro caminho de progresso. O momento
é de dar continuidade às mudanças por quais o país está passando e
pavimentar com esperança e mobilização popular os caminhos certos para
ir além.
A oportunidade prevalecerá se não admitirmos
retrocesso. O Brasil não deve retornar a agenda da privatização e da
entrega. Não deve retornar a lógica em que os trabalhadores não tinham
voz e suas lutas eram tratadas com repressão.
E se é certo que
não queremos o passado, construir o futuro é ainda mais desafiador.
Afinal, a longa caminhada da construção do Brasil segue apenas seus
primeiros passos. E neles o país sequer libertou-se da inescrupulosa
lógica que o faz pagar mais juros aos bancos do que investir em suas
políticas sociais. Os barões da comunicação continuam a comandar
imensas máquinas jornalísticas, que teimam em dizer o que deve ou não
deve estar no centro da agenda nacional. Uma parcela da elite permanece
ainda firme na sua defesa de um Brasil pequeno, injusto e submisso.
Estes,
na
opinião da UNE, são temas que estão em jogo neste ano decisivo para
a nossa história. Os estudantes brasileiros apresentam neste documento
a sua plataforma de reivindicações para o próximo período e reafirmam a
independência e autonomia da UNE diante do processo político. Pensamos
um Brasil grande, que cresce a cada dia.
O projeto UNE pelo
Brasil é fruto de um amadurecimento da história da nossa entidade. Foi
aprovado durante o 58º Conselho Nacional de Entidades Gerais, um dos
principais fóruns do movimento social, realizado no Rio de Janeiro, em
abril de 2010. As nossas propostas dizem respeito à aplicação de 50% do
Fundo Social do Pré-sal para Educação, desenvolvimento sustentável com
geração de empregos e distribuição de renda, defesa da diversidade
cultural, dos direitos da juventude, do território nacional, pela
democratização da comunicação, e por mais direitos para as mulheres e
as minorias.
Esperamos que desta maneira possamos contribuir com
a necessária unidade do movimento social. E mais do que ele, queremos
oferecer a mobilização convicta e combativa dos estudantes do Brasil na
construção do nosso futuro. Apenas ela será capaz de pavimentar o
caminho para os novos tempos.