Quando
o petroleiro João Cândido for lançado ao mar na próxima
sexta-feira (07) pelo Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, não estará
ocorrendo apenas uma cerimônia de batismo de um navio. Mas um marco na
história do Brasil, que estará retomando, por Pernambuco, a sua
indústria naval.
Isto está sendo possível em função do Programa de Modernização e
Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, lançado em 2004, que
deslanchou com a liberação de recursos do Fundo de Marinha Mercante
(FMM) e possibilitou as encomendas de 49 navios pela subsidiária da
Petrobras no país, sendo 22 deles ao Atlântico Sul.
É preciso lembrar que o Brasil já foi o segundo principal produtor de
navios na década de 1970, e perdeu muitas posições, deixando de
fabricar embarcações direcionadas ao setor de petróleo.
O que torna ainda mais significativa a decisão do presidente Luís
Inácio Lula da Silva da Silva, que além de estar promovendo o
desenvolvimento econômico, com destaque para o Nordeste, ainda está
mudando a vida de milhares de pessoas.
Só em Pernambuco foram gerados 5 mil postos de trabalho diretos e 25
mil indiretos pelo Estaleiro Atlântico Sul, que deu prioridade nas
contratações a moradores do entorno do Complexo de Suape, promovendo
inclusive capacitação profissional. E apenas neste petroleiro foram
investidos cerca de US$ 120 milhões (aproximadamente R$ 210 milhões).
Além disso, o petroleiro João Cândido – escolhido em homenagem ao
marinheiro negro, filho de ex-escravos, que há cem anos liderou a
Revolta da Chibata – é a primeira embarcação de grande porte produzida
em Pernambuco em toda a sua história. Que hoje tem a maior quinta
carteira de encomendas de navios do mundo.
Vale lembrar que só as demandas do pré-sal, que vai dobrar a produção
nacional de petróleo, serão suficientes para manter aquecida essa
indústria nas próximas décadas, já que a Petrobras opera com 180
petroleiros com idade média de dez anos e apenas 52 são próprios.
E que a Transpetro, que só comprava na Ásia e gastava por ano US$ 1,2
bilhão no afretamento de navios a armadores estrangeiros, já pensa em
novas contratações. Ademais, só em Pernambuco estão previstos a
intalação de mais cinco empreendimentos como o Estaleiro Atlântico Sul:
a MPG Shipyards, a STX Europe, a Construcap, a Alusa/Galvão e a
Tomé-Schahin.´
E tudo isso não aconteceu por acaso. Pois o Governo de Pernambuco teve
suficiente visão para promover as condições necessárias para que
tamanho empreendimento pudesse ser instalado aqui.
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