Próxima
sexta-feira, dia 19, às 09:00h, haverá assembleia em frente ao prédio da
agência centro no bairro do Recife antigo, com indicativo de
paralisação das atividades. É um sinal de protesto às práticas espúrias
de patrulhamento ideológico sobre os comissionados da GECEX – Gerencia
de Comercio Exterior, onde três trabalhadores perderam suas comissões
por terem aderido à greve na última campanha salarial.
O BB resolveu
instalar em Pernambuco uma velha e abominável tática de repressão e
perseguição política aos comissionados que fizeram greve durante a
última campanha salarial. Desde o início do ano, foi deflagrada uma
estranha e coincidente seqüência de descomissionamentos em nosso estado,
que atingiu em cheio aqueles gerentes-médios e assistentes que
resolveram não só aderir às paralisações em suas dependências, como
também liderá-las.
tentar ocultar o patrulhamento ideológico imposto aos seus funcionários,
alguns gestores do BB alegaram que os descomissionamentos se deram por
causa das recentes reestruturações nas dotações de pessoal nas
dependências. De forma dissimulada, esta prática de gestão “fascista”,
ressuscitada pelo BB, remonta aos anos de chumbo da ditadura militar e
da era neoliberal de FHC no Brasil. Onde os trabalhadores eram
perseguidos, humilhados e penalizados pelo simples fato de exercerem seu
direito de greve ou de exigirem melhores condições de trabalho.
O Banco do Brasil
deixa claro para toda sociedade brasileira que entre suas paredes não
existe respeito aos direitos fundamentais garantidos pela constituição
federal. Com esses descomissionamentos, a diretoria do BB pretende
coagir cada funcionário que esteja no exercício de uma comissão a inibir
sua militância política, sob pena de ser tachado de relapso e
descompromissado. O Banco deseja que além da mão obra do bancário,
também sua consciência seja comissionada. Tais medidas não se coadunam
com um estado democrático de direito, onde após décadas de luta nós,
trabalhadores, conseguimos as garantias constitucionais e políticas que
asseguraram o livre exercício do direito de greve. Seja comissionado ou
não, todos os cento e três mil bancários do BB são trabalhadores com
direitos e deveres como todos os outros.
O Sindicato dos
Bancários de Pernambuco analisa quatro casos de descomissionamentos que
ocorreram este ano, sem que fossem instaurados processos administrativos
e com características de represália aos trabalhadores grevistas, ainda
existem outros três casos que estão sendo apurados, mas já demonstram
fortes indícios de que também tenham conotação política. O perverso
objetivo dessas truculentas retaliações do BB é mostrar aos demais
funcionários da empresa o que pode acontecer se algum comissionado
resolver participar da greve. É o que eles chamam de “efeito educativo”.
Só existe uma
resposta adequada para quem resolve ameaçar a liberdade dos
trabalhadores, a LUTA!. Vamos mostrar ao Banco o que acontece quando ele
tenta, criminosamente, desmobilizar os trabalhadores com ações
repressoras. Também vamos mostrar aos gestores que resolveram executar
tais ordens, mesmo sabendo que elas eram ilegais, que ao cumpri-las,
tornam-se co-responsáveis pelos danos e traumas (assédio moral e
constrangimento) causados às vítimas.
Denunciaremos
publicamente as diretorias e superintendências de onde emanam tais
ordens, para que se expliquem junto aos acionistas da empresa e à
sociedade civil e revelem quais os verdadeiros motivos dessas ações. O
sindicato formalizará denúncia ao Ministério Público do Trabalho
apontando o desrespeito à pelo menos duas convenções da OIT (organização
internacional do trabalho), podendo ainda impetrar uma Ação Civil
Pública, conforme lei 7.347/85.