Os 100 anos do Dia da Mulher

Em 1910, na 2ª
Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, surgiu a idéia de
criar um dia para celebrar as lutas e conquistas das mulheres em todo o
mundo. A escolha da data seria uma homenagem a trabalhadoras mortas
queimadas em uma fábrica quando lutavam por melhores condições de
trabalho.

Em 2010, quando comemoramos 100 anos do Dia Internacional da
Mulher, queremos refletir sobre as dificuldades, a importância e os
frutos dessa luta travada cotidianamente.

Na nossa sociedade, foi destinado à mulher o espaço privado, o
cuidado com as crianças, os idosos e os doentes, a família. Ao homem
coube o espaço público, de decisão de poder, da política.

Pela necessidade do sistema, a mulher foi absorvida no mercado
de trabalho em condições ainda mais precárias que o homem e com menor
salário. E continua sendo a única responsável pelo trabalho reprodutivo,
gerando a dupla ou até tripla jornada.

Transformar a realidade imposta pelos “donos” do poder ao longo
da história nunca foi uma tarefa fácil para a classe trabalhadora e
muito menos para nós, mulheres.

Tarefa essa que torna-se menos difícil quando tomamos
consciência do que queremos transformar e quando nos organizamos para
tanto.

Os movimentos de mulheres ou movimentos feministas têm o papel
de aglutinar esse conjunto de propostas e ações daquelas que, no dia a
dia, lutam por transformações no trabalho e na sociedade.

Quando nós, mulheres, levantamos a bandeira de igualdade de
oportunidades na vida e no trabalho, queremos dividir com os homens esse
poder de transformação. Quando buscamos e conseguimos aumentar nossa
participação nos espaços públicos de poder, seja no trabalho no banco,
no sindicato ou na política partidária, estamos ocupando nosso espaço na
sociedade.

Mas não basta simplesmente chegar ao poder. Podemos e devemos
transformar essas relações de poder construídas e entranhadas
culturalmente de forma machista e autoritária ao longo do tempo. Temos o
“poder” de interferir no curso da história.

Quando levantamos a bandeira de relações compartilhadas
queremos dividir com os homens o espaço privado, pois aí também se
passam relações de poder que precisam ser transformadas. Queremos
dividir a responsabilidade com a educação de nossos filhos e formar
gerações mais preparadas para cuidar do nosso planeta.

A nossa luta para ocupar cada vez mais espaços de poder deve
estar focada na construção de uma sociedade democrática, política,
social e economicamente. O espaço político, ou seja, espaço de poder,
tem de ser acessível a todas as pessoas, homens e mulheres, independente
de raça, religião ou orientação sexual.

A nossa luta deve ser pela construção de um mundo em que as
diferenças individuais possam ser respeitadas e acolhidas num ambiente
coletivo rumo a uma sociedade justa.

Parabéns
àquelas mulheres socialistas que tiveram a brilhante idéia de construção
do 8 de março. E parabéns a todas as mulheres famosas e anônimas, todas
com certeza superpoderosas, que levam essa idéia adiante todos os dias.

Expediente:
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