Nos últimos anos, a violência que invade nossas vidas e salta aos olhos
tem se tornado frequentemente motivo de estudos e de teses sociológicas,
que tentam compreender esse fenômeno social, cada vez mais banalizado
pelas lentes de filmadoras de celulares e fotógrafos amadores, os quais
flagram momentos de tensão e ódio, expostos em jornais e telenoticiários
como fato corriqueiro.
Esse texto é uma variação do mesmo tema,
que tantas vezes já denunciamos: Negligência dos banqueiros e
empresários do ramo de segurança e avanço e
sofisticação com ares
profissionais das táticas e armamentos usados nos
assaltos a bancos e
carros-fortes.
Não é de hoje que todos os trabalhadores do setor
de crédito no país sejam eles bancários, financiários, funcionários de
cooperativas de crédito, bancos de pagamento ou casas lotéricas, estão
expostos a mesma e igual violência diária da pressão para atingir metas
impostas unilateralmente pelo patrão. Mas, o mais vil de todos os
riscos, é ter nossas vidas por um fio, na eventualidade de um assalto ou
sequestro.
Nossa rotina é interferida pela violência que não é
somente um problema dos
governos, como insistem em afirmar os
banqueiros. Usando o lema: “assalto a
banco é um problema de
segurança pública “… tentam se livrar de suas
ir-responsabilidades.
Mas, há leis que regulam o setor e interferem no tipo de serviço
prestado por essas instituições de crédito: a Lei 7.017 obriga os bancos
a terem, durante todo o expediente ao público, ao menos 02 (dois)
vigilantes, entre outros dispositivos negligenciados como câmeras e uso
de portas com detector de metais, esse último obrigatório em muitas
cidades, também por leis municipais.
O grande problema é a frouxa
fiscalização dos órgãos competentes, que por vezes até compartilham a
negligência com aqueles os quais deveriam fiscalizar. Um exemplo é o
caso da Delegacia Especializada em Segurança Privada (DELESP), órgão do
Ministério da Justiça ligado a Polícia Federal, que há muito tempo
perdeu prestígio junto ao movimento sindical bancário pela sua
ineficácia e ineficiência em punir e multar os bancos e empresas de
vigilância que diariamente colocam em risco milhares de vidas, sendo
essa linguagem monetária a única que esses capitalistas compreendem.
Hoje
a DELESP está com o efetivo resumido e cumpre um inglório papel
burocrático, que pouco ou muito pouco serve para sua vocação.
O
resultado dessa equação que envolve negligência do setor privado e falta
de fiscalização do setor público é que vivemos sobre o fio da navalha e
ao
menor deslize, o resultado gerado são danos a saúde física e
mental dos trabalhadores do ramo financeiro e de vigilância, quando não,
na pior hipótese, esses têm ceifadas suas vidas gerando viúvas e
órfãos.
Outro resultado é a organização em escala empresarial do
crime em nosso país, que se ainda não tem o perfil de máfia, chega
perto: Comando Vermelho, Primeiro Comando da Capital, diversos tipos de
Milícias, onde se misturam bandidos e policiais, aposentados ou não, e
políticos para explorar e lucrar com o que deveriam combater: a
violência e o crime. A outra ponta desse esquema é o aumento do poderio
bélico e financeiro do crime organizado, que a cada assalto bem
sucedido, além do numerário, leva também armas e coletes a prova de
balas.
À frente da Secretaria de Saúde do Trabalhador do
Sindicato já há alguns anos, tenho registrado muitos casos de Stress pós
Traumático, Síndrome do Pânico e Depressão Profunda causado por
assaltos. Muitas dessas patologias não teriam se instalado nas mentes
dos bancários e bancárias vitimas de assaltos ou sequestros no local de
trabalho, se todos os bancos privados adotassem o protocolo de
atendimento nesses casos que são praticados pelo Banco do Brasil e
Caixa, inclusive com a emissão da CAT.
Nosso apelo é sempre o
mesmo: Não deixe a violência sofrida passar
despercebida, ligue para o
sindicato e busque ajuda, denuncie a negligência do banco, somente
assim nós conseguiremos ser de fato Fortes.